O Adobe PDF Print Engine (APPE) é uma evolução da linguagem de descrição de páginas chamada PostScript que reza a lenda, foi o primeiro produto da Adobe lá pelos idos de 1984. Essa linguagem, junto com o mouse desenvolvido pela Xerox, o Macintosh e a impressora LaserWriter desenvolvidos pela Apple, o PageMaker da Aldus e as fontes vetoriais da Adobe, marcaram o início da editoração eletrônica baseada em estações de trabalhos acessíveis aos criativos e designers.

Na prática esta tecnologia está presente na maior parte dos módulos RIPs (Raster Image Processing) dos sistemas de fluxo de trabalho dos fabricantes de soluções de pré-Impressão e impressão digital tais como Canon, Kodak, Agfa/ECO3, Heidelberg, Fujifilm, HP, Screen, Konica Minolta e Landa.

São os RIPs que interpretam os conteúdos dos arquivos PDFs e transformam em imagens bitmap que por sua vez são enviados para gravação de chapas, clichês, cilindros de rotogravura e impressão direta nos equipamentos digitais.

Daí sua importância fundamental para que as matrizes sejam gravadas de acordo com a máxima fidedignidade com o que foi idealizado pelo criativo. O que quase sempre oferece desafios graças a recursos especiais como sombras e transparências, arquivos pesados, projetos gráficos de alta complexidade, uso de aplicativos diversos etc.

Segue os principais destaques desta nova versão do APPE e os possíveis impactos na produção gráfica

Integração aprimorada com o Adobe Creative Cloud e PDF 2.0 O APPE 7 atualizou sua compatibilidade com os arquivos gerados pelas ferramentas da Adobe, como Illustrator, InDesign e Photoshop, não apenas os PDFs gerados por eles, mas também os arquivos nativos do Ilustrator (.AI) e Photshop (.PSD) sem a necessidade de conversão para o formato PDF. Também oferece suporte pleno ao padrão PDF 2.0, o que promete solucionar gargalos e entraves de processamento de arquivos que contenham efeitos especiais.

Desempenho e renderização Esta versão traz um motor de processamento mais rápido e eficiente no aproveitamento de múltiplos processadores e núcleos de servidores e DFEs (Digital Front End) onde o APPE 7 esteja instalado, o que reduz o tempo de interpretação e rasterização de arquivos em especial nos mais complexos de pesados.

Suporte a cores especiais e expandidas O suporte ao uso de cores especiais (spot colors) e cores CMYK expandido (como o CMYK + Laranja, Verde e Violeta) foi aperfeiçoado. O que permite uma melhor conversão entre espaços de cores diferentes.

Correções de sangrias Um dos recursos mais interessantes é o que corrige as áreas de sangria durante a ripagem, caso estejam ausentes ou sejam insuficientes

Melhor uso de transparências e sobreposições A nova versão oferece melhorias no processamento de efeitos de transparência complexos, em busca de manter ao máximo a fidelidade visual até mesmo se envolverem cores especiais e CMYK expandido, além de prometer maior precisão nos ajustes de trapping, algo que costumava causar erros ou artefatos em versões anteriores, especialmente quando arquivos eram mal preparados.

Maior precisão com gráficos vetoriais complexos e tipografia A mecanismo de interpretação promete lidar melhor com elementos vetoriais de alta complexidade e fontes tipográficas, incluindo suportes avançados para fontes OpenType, o que contribui para processamento de arquivos com muitos nós e fontes complexas.

Integração com fluxos de produção JDF e automação de preflight Esta nova versão promete se conectar mais facilmente a sistemas de automação como JDF (Job Definition Format), permitindo controle e rastreamento de trabalhos em toda a cadeia de produção, desde o recebimento do arquivo, análise prévia dos arquivos até a saída final.

Renderização de conteúdo variável otimizada (VDP) APPE 7 trouxe melhorias de eficiência na renderização de dados variáveis (VDP – Variable Data Printing), como nomes, códigos e imagens personalizadas, o que é essencial para impressão de correspondências, promoções personalizadas e embalagens individualizadas.

Melhor compatibilidade com diversos processos de impressão A Adobe otimizou o APPE 7 para lidar com aplicações fora do offset tradicional, como impressão têxtil digital, cerâmica e sinalização industrial, o que amplia o uso da tecnologia para novas frentes de negócios dentro e fora da indústria gráfica.

Suporte ampliado a dispositivos e tecnologias de impressão O mecanismo foi atualizado para suportar as tecnologias mais recentes de impressoras de plataformas inkjet industriais. Isso permite às gráficas adotarem novos equipamentos sem perder compatibilidade ou produtividade. Impacto estratégico na transformação digital da indústria gráfica

O APPE 7 representa um avanço na direção de fluxos de trabalho mais digitais, precisos e automatizados, o que ajuda empresas gráficas a se tornarem mais competitivas. Ele permite maior controle sobre os custos, menos desperdício e mais previsibilidade na produção, fatores essenciais na era da personalização em massa e tiragens curtas.