Nova plataforma oferece recursos com tecnologias de Inteligência Artificial bem interessantes para corrigir PDFs entregues para as gráficas e tem potencial para revolucionar determinados aspectos técnicos e até o modus operandi dos departamentos de pré-impressão ao redor do mundo
Apresentado recentemente pela Adobe durante a feira PRINTING United Expo que ocorreu em outubro em Orlando, o Adobe Print Services foi descrito como uma plataforma de serviços na nuvem (SaaS – Software as a Service ou Software como Serviço) voltada para gráficas que promete fazer a avaliação e correção de arquivos PDF entregues pelos seus clientes para evitar os principais problemas nas etapas de impressão.
::O que se sabe:: Trata-se de um serviço voltado para empresas gráficas e não para os criativos (designers, editoras, agências de publicidade, premedias etc.)
Os seguintes recursos baseados em Inteligência Artificial foram apresentados e têm potencial de serem bastante úteis.
- Melhorias em imagens bitmap de baixa qualidade e resolução
- Aperfeiçoamentos na qualidade de impressão em textos convertidos em curva de forma que sejam impressos sem o tradicional ganho “de peso”
- Aplicação e reparos automatizados em sangrias ausentes ou insuficientes
- Recursos para converter áreas do layout em áreas de aplicação de enobrecimento (verniz em reserva, por exemplo)
- Conversão de espaços e padrões de cores em elementos de página
De acordo com a empresa, o início do serviço deve ocorrer nos próximos meses e só então teremos confirmações de mais recursos e como o serviço vai funcionar, além é claro, de quanto vai custar.
::O que não se sabe:: A apresentação não citou alguns pontos importantes o que gera dúvidas e abre espaço para especulações.
Do ponto de vista técnico e operacional, a principal dúvidas é como o serviço vai funcionar. Uma das possibilidades é que as gráficas façam o upload de seus PDFs problemáticos no portal do APS e posteriormente, possam fazer o download dos mesmos PDFs corrigidos. Outra possibilidade seria o serviço ripar os PDFs e oferecer posteriormente arquivos prontos para serem enviados para equipamentos de pré-impressão e Impressão digital (TIFFs de 1 bit, por exemplo)
Outra questão técnica: os PDFs serão também normalizados? Ou seja, além de corrigidos, serão reescritos ou adaptados para padrões de mercado (PDF/X, por exemplo) para evitar e sanar os possíveis problemas de interpretação pelos RIPs das gráficas a exemplo do que o Kodak Prinergy Refiner faz?
Um item muito importante que ficou no ar, é o modelo de negócios do Adobe Print Services. O serviço contemplará uma assinatura mensal ou anual e uma determinada quantidade de PDFs que podem ser processados ou a unidade de medida serão páginas?
::Impactos prováveis:: O primeiro impacto poderia ser maior agilidade nos departamentos de pré-impressão das gráficas, em especial as que não têm recursos de automatização, já que os PDFs poderiam ser corrigidos automaticamente com recursos de IA.
A quantidade dos funcionários desses departamentos até poderia ser reduzida ou estes direcionados para outras tarefas que não a correção manual de arquivos de clientes.
Uma economia considerável também poderia ser obtida na redução dos investimentos em softwares de edição de PDFs e se a hipótese de ripagem dos PDFs pelo APS se confirmar, as gráficas poderiam também evitar a compra também de versões atualizadas de módulos RIPs.
::Conclusão:: O Adobe Print Services ainda carece de detalhes, mas tem o potencial de se tornar um divisor de águas. Suas funcionalidades são promissoras, e a estratégia da Adobe pode sinalizar uma nova fase nos departamentos de pré-impressão.
Resta saber se outras empresas fornecedoras de soluções e tecnologias para pré-impressão e impressão digital como Kodak, Heidelberg, Agfa/Eco3, Screen, HP, Xerox, Canon, Ricoh, Konica etc também lançarão serviços semelhantes e/ou permitirão a integração do APS em seus fluxos de trabalho.
Estamos diante de uma evolução natural ou de uma ruptura significativa no modo como lidamos com PDFs no ambiente gráfico?